Exposição fotográfica virtual em comemoração aos 60 Anos de Emancipação Política e Administrativa de Serafina Corrêa.
Dei desideri ze stato fato la stòria.
Serafina Corrêa – Sessanta Ani.
Esta é tida por muitos como a primeira foto do povoado da Linha 11. A pequena construção à esquerda seria a primeira casa construída, sendo que em frente é possível visualizar um lampião à querosene, utilizado para a iluminação pública.
A imagem seria datada no ano de 1911.
Fonte: Arquivo Histórico Municipal
Os imigrantes pioneiros da Linha 11
Antenor Davi, Fioravante Cervieri, José Zilio, João Corso, André Rossi, Benjamin Vivian, Narciso Zilio
Pedro Zambenedetti, Francisco Badanese, José Franciosi, José Girardi, Aníbal Fornari, Francisco Pan e Orestes Assoni
Fonte: Livro Serafina Corrêa – memórias da Linha 11
34 Anos do Monumento “La Nave Degli Immigranti”
Construído em 1986, e tem autoria do artista plástico Paulo Batista de Siqueira, natural do município de Soledade. Siqueira dedicou-se à pintura, à escultura, foi paisagista e ceramista. Na escultura, costumava utilizar sucata como matéria-prima, criando obras absolutamente originais, somando mais de 60 monumentos espalhados em todo o Brasil, Argentina e Paraguai.
La Nave Degli Immigranti representa a vinda histórica dos imigrantes italianos nos navios, homenageia e destaca a bravura e o significado da imigração no Rio Grande do Sul.
Os elementos que compõem a obra têm a originalidade e a subjetividade próprios da grandiosa concepção artística. A Guerreira Amazona postada sobre o Globo Terrestre nos transmite a ideia da expansão cultural italiana, especialmente dos imigrantes que emigrarem para o Brasil. A Guerreira significa a Península Itálica conflitada pelas paixões políticas, coberta pelas glórias e sofrida pelos temores das guerras.
Outro elemento é a Mãe com o filho nos braços, mostrando a missão sagrada de mulher, gerando vidas e dando continuidade às gerações e à história de muitas lutas e conquistas. A mulher, seio da vida, representa a maternidade e a continuidade da descendência.
Os Ventos Alísios e as correntes marítimas da zona equatorial atlântica representam a força, o clima e o tempo que impulsionam a Nave.
As figuras humanas representam a força do homem que aqui aportou, fabricando suas ferramentas, dando origem às conquistas hoje comemoradas da indústria, da metalurgia, da agricultura e da pecuária.
A figura alada, à proa, simboliza o tempo que voa para o infinito, rumo à eternidade.
O monumento foi inaugurado em 20 de julho de 1986 e em 2015 recebeu o título de Monumento de Maior Representatividade da Cultura Italiana na Serra Gaúcha.
Fotos: Arquivo Histórico Municipal
Origem do nome do Município de Serafina Corrêa
Na foto: Dona Serafina, esposo Vespasiano Corrêa e o filho do casal Luis Vespasiano
Serafina Corrêa, Dona Fifina como era chamada carinhosamente por amigos, nasceu em 14 de maio de 1880 na Estância dos Vieira de Castro, atualmente pertencente à Reserva Ecológica do Taim, distrito de Rio Grande. Filha de Luiz Vieira de Castro e de Cantídia Corrêa Vieira de Castro, tinha uma única irmã de nome Clarinha. Seus dias, na infância e na adolescência, foram passados na tranquilidade da Estância do Salso, hoje Estância Branquinha do Salso, em Rio Grande. Parte de seus estudos foram feitos no Colégio São José em São Leopoldo, dirigido pelas Irmãs Franciscanas de origem alemã.
Serafina Corrêa era uma mulher de personalidade forte, influente e decidida, era de feições delicadas e de porte elegante. Pertenceu a uma família de músicos, na qual ela mesma tocava violino. Casou-se com o Engenheiro Vespasiano Rodrigues Corrêa, na cidade de Rio Grande, logo após se transferiram para Porto Alegre, pois ele trabalhava na Secretaria de Obras Públicas como agrimensor, exercendo mais tarde um cargo de confiança no Governo Borges de Medeiros. Em 1899, Vespasiano Corrêa foi designado para um trabalho demarcatório de lotes, em Guaporé e em 1904, foi nomeado Primeiro Intendente do então município de Guaporé, emancipado em 1903.
Serafina era uma esposa romântica, bem-humorada e voluntariosa, exercia grande influência sobre o marido. Quando o Intendente partia ou chegava de alguma viagem, ela convocava a Banda para tocar o Hino Nacional. Vespasiano Corrêa morreu aos 38 anos, na cidade de Pelotas, vítima de tuberculose. De seu casamento com Serafina nasceu um único filho, Luiz Vespasiano Corrêa, que estudou e casou-se nos Estados Unidos.
Passados alguns anos, Serafina Corrêa casou-se, pela segunda vez, com o Deputado e Senador Idelfonso Simões Lopes, irmão por parte de pai do escritor gaúcho João Simões Lopes Neto. Após esse casamento, Serafina viveu no Rio de Janeiro, até seu falecimento em 23 de dezembro de 1945.
A passagem do casal Vespasiano e Serafina Corrêa por nossa região, embora curta, foi política, social e culturalmente marcante. O nome do município é um reconhecimento e homenagem a essa mulher, digna de permanecer viva ao longo da história.
Fontes:
Arquivo Histórico Municipal de Serafina Corrêa
COFCEWICZ, Geraldo. ZAMBENEDETTI, Dino. Serafina Corrêa: História e Estórias. D.C. Luzzatto Editora.;1988. 185 p.
Primeiro Professor
No ano de 1909, foi criada a primeira escola do Distrito, que pertencia a Guaporé e posteriormente se tornaria o nosso município. O local onde foi instalada a escola foi a Linha Nona, Moreira Cesar e sendo o primeiro professor o Sr. Pedro Zambenedetti.
Fonte: Livro Serafina Corrêa – memórias da Linha 11
O Hospital Paroquial
O Livro Tombo da Paróquia registra que no dia 05 de julho de 1942, foi realizada uma reunião na Casa Paroquial, com a presença do pároco Pe. Luiz Predrazzani e do superior provincial dos padres carlistas, Pe. Angelo Corso e mais 40 pessoas da comunidade representando a Indústria e o Comércio locais e construíram uma Comissão pró-construção do Hospital Paroquial. No dia 29 de dezembro de 1949, o Pe. Luiz Pedrazzani foi à Porto Alegre pedir à Cúria autorização para confiar o hospital às Irmãs Carlistas. Em 12 de fevereiro de 1950, Dom Vicente Scherer abençoou a capela do hospital e no dia 18 chegaram quatro Irmãs, que foram recebidas com salvas de tiros e toque de sinos. Elas assumiram a assistência hospitalar e o Jardim de Infância. No ano de 1958 foi inaugurada a segunda ala do hospital visando atender melhor às necessidades da saúde da população.
Fonte: Arquivo Histórico Municipal
A cavalaria
Este espaço localizava-se aos fundos do Hospital Nossa Senhora do Rosário e era conhecido como cavalaria pois servia para a comunidade “estacionar” seus animais, cavalos, para irem às compras na vila. Imagem da década de 60.
Fonte: Arquivo Histórico Municipal e Livro Serafina Corrêa – memórias da Linha 11.
A Antiga Subprefeitura
Em 03 de maio de 1911, de acordo com o ato 40, o Engenheiro Lucano Conedera, Intendente de Guaporé, usou das atribuições que lhe conferiu a Lei Orgânica do município e criou o distrito com a numeração cinco, tendo sede o povoado Dona Fifina Corrêa, com as seguinte divisões: ao norte, pelos fundos da linha Carlos Gomes (linha 16) com a General Osório (linha 9); ao sul, pelos fundos da linha Moreira César (linha 9) com a Marechal Floriano (linha 8) a leste pelo rio Carreiro e oeste pelo rio Guaporé. Porém em 09/06/1924, através do ato 39, o Coronel Agilberto Atílio Maia, Intendente de Guaporé, extinguiu o quinto distrito com a sede no povoado Dona Fifina Corrêa por motivos econômicos.
Devido a importância comercial e industrial que vinha se desenvolvendo no povoado Dona Fifina, em 07 de janeiro de 1925 pelo ato 17, criou-se novamente o distrito, desta vez número oito, com sede no mesmo povoado. Mas em 17/10/1929, o coronel Agilberto extinguiu pela segunda vez, pelo ato 63. Em menos de um ano, 07/08/1930, criou-se o nono distrito de Guaporé com sede no mesmo local, o povoado Dona Fifina Corrêa. O Decreto Estadual nº 7.199 de 31/03/1938, elevou o povoado Dona Fifina à categoria de vila.
O prédio para abrigar a subprefeitura foi construído no ano de 1942 e abrigou, por muitos anos, a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais – APAE, até a construção de sua nova sede, inaugurada em 2019.
Fonte: Arquivo Histórico Municipal.
Vista dos fundos do antigo Frigorífico Ideal
É possível visualizar a torre do Santuário e algumas residências ao fundo.
Fonte: Arquivo Histórico Municipal
Vista do alto da torre
Para muitas pessoas é difícil imaginar as ruas de Serafina Corrêa de chão batido, muitas casas feitas de madeira e poucas feitas de alvenaria, pouco comércio, poucos veículos, muitas áreas ainda cobertas pelas árvores, ou seja, um cenário de uma pequena vila colonial.
A fotografia, feita do alto da torre do Santuário Nossa Senhora do Rosário, no final dos anos 1950 e início dos anos 1960 mostra uma Serafina Corrêa bem diferente da que conhecemos hoje. É possível visualizar a estrada principal, com poucas casas ao redor e ao fundo o Frigorífico Ideal.
Fonte: Arquivo Histórico Municipal.
Ginásio Nossa Senhora do Rosário
No ano de 1952 começaram os estudos e os projetos para construir um Colégio Paroquial para cursos primários. Enquanto os muros da escola iam subindo, um grupo de 75 crianças recebia escolarização na sacristia da Igreja Matriz.
No dia 28 de fevereiro de 1960, foi inaugurado o Ginásio Nossa Senhora do Rosário, com a presença do Bispo Diocesano Dom Cláudio Colling, a posse do primeiro Corpo Docente da Escola e a leitura da ata que autorizava o Ginásio a funcionar.
Atualmente, no prédio funciona a Escola Rainha D’Paz.
Fonte: Arquivo Histórico Municipal.
Camping Carreiro na década de 70
Uma das paisagens naturais mais belas de Serafina Corrêa certamente é o Camping Carreiro, que divide os municípios de Serafina Corrêa e Nova Bassano.
É um dos pontos turísticos mais visitados de Serafina Corrêa, especialmente na temporada de verão. Com uma área de aproximadamente 175.000,00m², distante cerca de 7 quilômetros do centro do município, é um local que possui quadras de areia para a realização de vôlei, futebol, áreas onde são realizados campeonatos de bochas, pista de rodeio, pista de motocross, ginásio poliesportivo, área de camping e lazer, igreja e esportes aquáticos.
A foto é da década de 70, mas acredita-se que muito antes as famílias serafinenses passavam os domingos no Camping Carreiro, sendo uma opção de descanso, lazer e diversão da época.
Fonte: Arquivo Histórico Municipal.
Construção da ponte no Rio Carreiro
A ponte que liga os municípios de Serafina Corrêa e Nova Bassano foi construída em 1974, sendo um marco no desenvolvimento e no progresso da região.
Fonte: Arquivo Histórico Municipal.
Cantina Brilhante – patrimônio Histórico, Cultural e Industrial
A antiga Cantina de Vinho – Cooperativa Viti-Vinícola Brilhante LTDA, foi criada em 30 de abril de 1921, quando da publicação de seu estatuto em língua italiana. A Cantina fazia parte de um complexo comercial formado por loja, moinhos, posto de gasolina, frota de transporte, criação de suínos e pintos pertencentes à Sociedade Estrella Guaporense LTDA, dirigida por Fioravante Cervieri, a primeira geração brasileira descendente do imigrante Achiles Cervieri.
Está situada no centro da cidade, possuindo planta retangular e dois pavimentos. O térreo abrigava os espaços de preparação e armazenamento do vinho, com áreas menores para carregamento, engarrafamento, lavagem, depósito e vinificação. Na área maior estão os vinte barris de madeira para a maturação da bebida. O segundo pavimento funcionava como depósito. As alvenarias são em pedra no pavimento térreo e em tijolos no segundo. O telhado de duas águas é chanfrado nas extremidades e possui telhas metálicas. As esquadrias são em madeira, com escuros internos e vidros com caixilharia.
A Cantina foi tombada, em 16 de julho de 2010, como Patrimônio Histórico, Cultural e Industrial, pelo Instituto Histórico e Artístico do Estado do Rio Grande do Sul – IPHAE, sendo o primeiro e único bem tombado pelo IPHAE em Serafina Corrêa.
Foram tombados, além da edificação, bens móveis como pipas de madeira, tachos de cobre, maquinário e os demais elementos originais que testemunham o processo de produção ali desenvolvido. O tombamento foi efetivado, entre outros motivos, pelo valor do bem como patrimônio industrial, pois a cantina atesta o início da industrialização do vinho, que potencializa a economia da serra gaúcha até hoje.
Fonte: Instituto Histórico e Artístico do Estado do Rio Grande do Sul – IPHAE, Arquivo Histórico Municipal e Livro Serafina Corrêa – memórias da Linha 11.
Avenida Miguel Soccol
Nesta imagem é possível visualizar a atual Avenida Miguel Soccol, no centro da cidade, em um desfile temático.
Destaque para os antigos casarões dentre eles o prédio que abrigava a rodoviária, onde atualmente está localizado o Marcucos Bar.
Fonte: Arquivo Histórico Municipal.
Primeira Cantoria Italiana
Em 1986, surgia a “Cantoria Italiana”, festival musical que se tornou marco no resgate da música dos primeiros imigrantes e também o primeiro festival de música italiano realizado fora da Itália.
A Cantoria Italiana foi responsável por consagrar o nome de Serafina Corrêa na história dos festivais de música.
Fonte: Arquivo Histórico Municipal e Livro Serafina Corrêa – memórias da Linha 11.
Posse do Primeiro Prefeito
Serafina Corrêa originou-se do Município de Guaporé, sendo sua criação através da Lei Estadual 3.932, de 25 de julho de 1960. Situa-se entre vales e montanhas, na Encosta Superior do Nordeste do Rio Grande do Sul, possuindo uma área total de 163,283 Km², com uma população de aproximadamente de 17.502 habitantes.
Em 01 de Fevereiro de 1961, tomava posse o primeiro prefeito de Serafina Corrêa, Amantino Lucindo Montanari, tendo como vice-prefeito João Arroque Filho.
Fonte: Arquivo Histórico Municipal e Livro Serafina Corrêa – memórias da Linha 11.