
Serafina Corrêa, Dona Fifina como era chamada carinhosamente por amigos, nasceu em 14 de maio de 1880 na Estância dos Vieira de Castro, atualmente pertencente à Reserva Ecológica do Taim, distrito de Rio Grande. Filha de Luiz Vieira de Castro e de Cantídia Corrêa Vieira de Castro, tinha uma única irmã de nome Clarinha. Seus dias, na infância e na adolescência, foram passados na tranquilidade da Estância do Salso, hoje Estância Branquinha do Salso, em Rio Grande. Parte de seus estudos foram feitos no Colégio São José em São Leopoldo, dirigido pelas Irmãs Franciscanas de origem alemã.
Serafina Corrêa era uma mulher de personalidade forte, influente e decidida, era de feições delicadas e de porte elegante. Pertenceu a uma família de músicos, na qual ela mesma tocava violino. Casou-se com o Engenheiro Vespasiano Rodrigues Corrêa, na cidade de Rio Grande, logo após se transferiram para Porto Alegre, pois ele trabalhava na Secretaria de Obras Públicas como agrimensor, exercendo mais tarde um cargo de confiança no Governo Borges de Medeiros. Em 1899, Vespasiano Corrêa foi designado para um trabalho demarcatório de lotes, em Guaporé e em 1904, foi nomeado Primeiro Intendente do então município de Guaporé, emancipado em 1903.
Serafina era uma esposa romântica, bem humorada e voluntariosa, exercia grande influência sobre o marido. Quando o Intendente partia ou chegava de alguma viagem, ela convocava a Banda para tocar o Hino Nacional. Vespasiano Corrêa morreu aos 38 anos, na cidade de Pelotas, vítima de tuberculose. De seu casamento com Serafina nasceu um único filho, Luiz Vespasiano Corrêa, que estudou e casou-se nos Estados Unidos.
Passados alguns anos, Serafina Corrêa casou-se, pela segunda vez, com o Deputado e Senador Idelfonso Simões Lopes, irmão por parte de pai do escritor gaúcho João Simões Lopes Neto. Após esse casamento, Serafina viveu no Rio de Janeiro, até seu falecimento em 23 de dezembro de 1945.
A passagem do casal Vespasiano e Serafina Corrêa por nossa região, embora curta, foi política, social e culturalmente marcante. O nome do município é um reconhecimento e homenagem a essa mulher, digna de permanecer viva ao longo da história.
Fontes:
Arquivo Histórico Municipal de Serafina Corrêa
COFCEWICZ, Geraldo. ZAMBENEDETTI, Dino. Serafina Corrêa: História e Estórias. D.C. Luzzatto Editora.;1988. 185 p.